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Morre o advogado e ex-vereador José Roberto Andrade Paino

Faleceu neste sábado em São Carlos, o advogado e ex-vereador José Roberto Andrade Paino. Ele tinha 85 anos.


A causa da morte não foi informada.


O velório será a partir das 11h45 no memorial Sinsef e o enterro às 16h no cemitério Nossa Senhora do Carmo.


Natural de São Carlos, nascido no dia 14 de novembro de 1938, José Roberto Andrade Paino teve breve passagem pelo rádio, formou-se em Direito e, a partir de 1968, ingressou na área jurídica do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos. 


Fundador do MDB em 1965 e do PMDB em 1980, ajudou a fundar o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté em 1961.


A partir de 24 de fevereiro de 1970 exerceu as funções de orientador trabalhista, mediante concurso público, junto à Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, onde se aposentou com quase 33 de serviços prestados. 


Exerceu mandatos na Câmara Municipal durante 15 anos, atuando em três mandatos (1973-1976/1977-1982/1983-1988). Em 2002, lançou o livro “Matizes de uma luta”, narrando fatos relacionados à criação do Sindicato dos Metalúrgicos.


Poucas figuras públicas do interior do país que viveram os chamados "anos de chumbo" (o período do governo militar), deixaram relatos publicados em livro, como fez José Roberto Andrade Paino (1938-2024), advogado e ex-vereador de São Carlos falecido ontem, aos 85 anos.

Paíno legou à posteridade seu vigoroso depoimento no livro "Matizes de uma luta, publicado em 2002, que narra os fatos relacionados com a criação do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos, os antecedentes, as primeiras reuniões na Catedral, incentivadas pelo padre Antonio Tombolato, a liderança de Antonio Cabeça Filho e os duros embates para consolidar a entidade num ambiente adverso e hostil.

O "Paino", como eu o chamava, encarnou a frase do arcebispo sul-africano e Nobel

da Paz, Desmond Tutu, que disse:"Se você fica neutro em situações de injustiça, você escolhe o lado do opressor" E assumiu o combate ao autoritarismo no campo político, como um dos fundadores do MDB são-carlense e como vereador durante três legislaturas que se estenderam por 15 anos.

Eu o conheci em seu ultimo mandato, de 1983 a 1988, o período da redemocratização do país. Vibrante tribuno, de grande presença de espírito e uma visão muito clara do cenário político, Paino, que me chamava de "jornalista", fez de sua atuação como advogado e parlamentar um brado em favor da liberdade (esta, aliás, a razão de ser da advocacia). Foi patrono de causas justas e pelas quais sabia que valeria a pena lutar.

Olhando em perspectiva a trajetória do Paíno, guerreiro que se armou de inteligência e um ideal, vê-se que ele foi um grande brasileiro. Quando muitos tentam hoje solapar a democracia no país, ele ajudou a construí-la. Que siga para a paz da vida eterna.


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